Falácias formais são argumentos aparentemente válidos, mas que examinados detalhadamente não o são. O termo deriva do verbo latino fallere, que significa enganar. As falácias formais pertencem ao campo de estudo da Lógica Formal.
Já as falácias informais se situam numa área cinzenta entre a Lógica e a Ética. Indivíduos inescrupulosos as utilizam para convencer o incauto e o apressado. Schoppenhauer aconselhava a que as pessoas conhecessem as falácias pelo nome, para que pudessem desmascarar imediatamente quem as usasse. Tomo a liberdade de recordar algumas falácias informais, identificando-as pelo nome e exemplificando-as.
- Falácia da Falsa Causa : pressupõe uma falsa relação entre duas coisas . Ex: João fala tanto em fogo que atrai incêndios.
- Argumentum ad hominem: consiste em atacar a pessoa, em vez de provar o erro de uma afirmação. Ao invés de se questionar o argumento proposto, ataca-se diretamente e indevidamente a pessoa com acusações pessoais e que não tem a ver com o debate. Ex: Um cara, que nem sabe pentear o cabelo, e ainda com essa moita em cima da cabeça, vem falar de motor de carros? (numa discussão sobre mecânica).
- Falsa Analogia: dois eventos são mostrados como similares, então argumenta-se que, se um tem tal propriedade, o outro também deve ter. Ex: nosso namoro não vai dar certo, pois minha ex também era loira.
- Argumentum ad baculum: (apelo ao porrete). Exemplos: ou dá ou desce. Se não acreditar em Alá, irá para o inferno. Os infiéis serão expulsos do partido.
- Pergunta complexa: ocorre quando se responda com um sim ou um não a uma pergunta que não pode ser respondida com um simples sim ou não. Ex: Promotor ao réu: – De que forma o sr. ocultou as provas? Réu: – eu não as ocultei. Promotor: – então o sr. admite que há provas!
- Argumentum ad populum (apelo ao povo): postula que o certo é o que a maioria quer. Exemplos: esse professor é ruim, visto que a maioria dos alunos foi mal na prova. Não renunciarei, pois fui eleita pela maioria do povo.
- Dicto simpliciter : quando se toma um enunciado que possui exceções como se fosse verdadeiro. Geralmente é usado os pronomes todo ou todos. Ex: todos os homens são iguais. Todo alemão é loiro. Todo africano é negro.
- Generalização apressada: é o inverso do dicto simpliciter. É a tentiva de estabelecer uma regra através de exceções. Ex: todos os taxistas são de direita. Toda mulher é ruim de volante.
- Falácia da Cooptação: uma espécie de elogio ao público. Na tentativa de convencimento, o argumentador delega autoridade ao interlocutor. Ex: “Quem sou eu para ensinar o padre-nosso ao vigário, mas…”
- Falsa dicotomia: descreve uma situação em que dois pontos de vista alternativos, geralmente opostos, são colocados como sendo as únicas opções, quando na realidade existem outras opções que não foram consideradas.Ex: é agora ou nunca. Quem está comigo, é contra mim.
(continua no próximo post).
Colaboração de: Regis Palombo Maluf